Ziraldo é o grande homenageado da 16ª Bienal Internacional do Livro
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com mais de 150 publicações que venderam um total superior a 8 milhões de exemplares, o escritor, ilustrador e cartunista Ziraldo Alves Pinto é o grande homenageado da edição deste ano da 16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Nascido em Caratinga (MG), no dia 24 de outubro de 1932, o filho da costureira Zizinha e do guarda-livros Geraldo, dos quais herdou o nome, teve seu primeiro desenho - um tatu, feito aos 6 anos de idade - publicado na seção infantil doJornal de Minas, para felicidade dos pais.
Mais conhecido por suas obras voltadas ao público infantil, Ziraldo não se cansa de mencionar o carinho que recebe dos fãs de várias gerações em cada sessão de autógrafos, nas várias bienais das quais tem participado. Só nas dez últimas edições das bienais do Rio e de São Paulo, suas sessões de autógrafos receberam cerca de 1.500 pessoas cada. “A resposta é muito gratificante. É uma festa. O público para quem eu destino o meu trabalho é muito carinhoso comigo. E para quem gosta de carinho e tem essa carência gigantesca que eu tenho, isso é muito bom”.
Mais conhecido por suas obras voltadas ao público infantil, Ziraldo não se cansa de mencionar o carinho que recebe dos fãs de várias gerações em cada sessão de autógrafos, nas várias bienais das quais tem participado. Só nas dez últimas edições das bienais do Rio e de São Paulo, suas sessões de autógrafos receberam cerca de 1.500 pessoas cada. “A resposta é muito gratificante. É uma festa. O público para quem eu destino o meu trabalho é muito carinhoso comigo. E para quem gosta de carinho e tem essa carência gigantesca que eu tenho, isso é muito bom”.
Mas, para quem pensa que o público infantil sempre foi seu alvo, Ziraldo revela que escrever para crianças não foi uma escolha. “Foi um acidente. Mas é bom, porque dura”. Segundo Ziraldo, “qualquer cara de 50 anos para baixo me abraça” e, quando o assunto é tempo decorrido, ele fala da saudade que tem da Turma do Pererê e do Menino Maluquinho, personagens criadas por ele há muitos anos.
Só o Menino Maluquinho já virou peça, filme e, inclusive, uma ópera, dirigida por Karen Acioly, com música de Ernani Aguiar. Das crianças atendidas pela organização não governamental União Cristâ Feminina (UCF), de Campinas (SP), que desenvolve o Projeto Ziraldo, ele ganhou uma marionete que reproduz em miniatura o próprio Ziraldo e com o qual se diverte em seu estúdio, situado na Lagoa, bairro da zona sul do Rio. Ziraldo lamenta apenas que o seu “sósia” não seja “mais moreninho” como ele.
Sua primeira obra dedicada ao público infantil foi Flicts, publicada em 1969, que está completando este ano 44 anos de lançamento. O livro conta a história de uma cor rara, chamada Flicts, que sai pelo mundo procurando encontrar um amigo ou alguém que o aceite, pois se sente fraco e feio, sem a força do vermelho ou a paz que o azul transmite. O texto poético mostra às crianças que todas as cores transmitem sentimentos e emoções e que, mesmo diferente das demais, Flicts acabará encontrando o seu lugar no mundo.
Na 16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, Ziraldo estará lançando, pela Editora Melhoramentos, cinco livros, dos quais ou é autor integral, coautor ou homenageado. O Menino que Veio de Vênus, por exemplo, é o sexto livro de uma coleção de dez obras em que ele conta a história dos meninos dos planetas. O compromisso assumido é “lançar um livro novo a cada ano”, disse, sorrindo.
Outra novidade é a publicação Os Haicais do Menino Maluquinho, em que ele usa haikais, que são poemas japoneses de três linhas que valorizam a concisão e a objetividade, para expressar observações do seu mais famoso personagem, que é o Menino Maluquinho, sobre temas diversos, como a natureza, a família, os amigos. “É uma forma perfeita para retratar a poética. É um suspiro”, comentou.
Com a escritora Anna Muylaert, Ziraldo ilustrou dois livros que serão apresentados na Bienal do Rio 2013. EmAdivinha Que Dia é Hoje, com textos adaptados por Anna, da série exibida na TV Brasil, Ziraldo retrata o Menino Maluquinho com 5 anos e 10 anos de idade, além da fase adulta. Tudo gira em torno do dia do aniversário do garoto. Já em O Menino Que Tinha uma Panela na Cabeça, a dupla formada por Anna Muylaert e Ziraldo procura contar como o garoto se tornou o conhecido Menino Maluquinho. Para saber se atingiram seu propósito, só lendo o livro.
No álbum de capa dura Os Homens Tristes, dedicado aos adultos, os colaboradores mais chegados de Ziraldo, que são o pintor Paulo Vieira e o roteirista Gustavo Luiz Ferreira, reuniram anotações e desenhos do cartunista, feitos ao longo de 60 anos de trabalho. A publicação tem prefácio do poeta Ferreira Gullar.
No Pavilhão Verde do Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade, onde ocorrerá a Bienal do Rio, a filha do escritor, a cenógrafa Daniela Thomas, montou o Planeta Ziraldo, onde o público poderá interagir com o cartunista e ilustrador e tentar um autógrafo. Duas histórias em quadrinhos do autor serão lançadas também durante a Bienal pela Editora Globo, tendo como tema central as aventuras do Menino Maluquinho. São elasMaluquinho de Família e Maluquinho Pega na Mentira.
Os próximos projetos, adiantou Ziraldo, são terminar a série Meninos dos Planetas e “ocupar o espaço virtual com 64 anos de produção”. Ele já está começando a passar o conteúdo de suas publicações para as novas plataformas de linguagem que surgiram com as inovações tecnológicas. Em parceria com o também ilustrador e escritor infantil Maurício de Souza, ele ilustrou o livro O Reizinho do Castelo Perdido, que narra a história de um rei que, induzido por alguns súditos, acaba construindo um castelo no alto da colina e, com isso, se afasta do seu povo e das necessidades que ele apresenta.
Edição: Lana Cristina
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